A vespa da cana utilizada no controle biológico da broca é do tamanho de uma formiga e não consegue voar fora do canavial, diz Marino Coneglian.
A proliferação da mosca doméstica causa incômodos e gera discussões, principalmente para se saber de onde vem tanta mosca.
Algumas pessoas relacionam a mosca doméstica com a vespas cotesia flavipes, utilizada no controle biológico da broca da cana.
Mas o que a mosca doméstica tem a ver com a vespa da cana? Segundo o biólogo Marino Coneglian, uma espécie não tem nada a ver com a outra.
“As vespas são pequenos insetos que não são nativos no Brasil, eles têm um tamanho bem pequeno, completamente diferente das moscas e dos pernilongos. As vespas que a gente multiplica são simplesmente dependentes do ciclo de vida da broca da cana”, explica Marino Coneglian que é proprietário do Laboratório Cetma.
O biólogo explica que a vespa da cana é do tamanho de uma formiga e não voa mais que 30 metros em toda sua vida.
“A vespa usa o corpo da broca da cana como hospedeiro para se multiplicar e se disseminar pelo canavial. O raio de voo é muito pequeno, cerca de 30 metros, e elas vivem de 3 a 5 dias, bem diferente do ciclo da mosca doméstica”, detalha.
Coneglian explica que a mosca doméstica se desenvolve em matéria orgânica, como o lixo doméstico, vive de 1 a 2 meses e pode voar de 2 a 3 quilômetros.
“A vespa a gente solta no meio da cana e ela não tem como ir para a cidade, diferente da mosca doméstica que voa de 200 a 300 metros por hora. A vespa não tem como sobreviver fora da cana-de-açúcar”, finaliza o biólogo.
É importante destacar que o setor canavieiro não cria e nem solta moscas nos canaviais.
O controle biológico é utilizado na agricultura para combater as pragas e insetos por meio de seus inimigos naturais, ou seja, sem o uso de produtos químicos.
Na região de Lençóis Paulista, a soltura de vespas é feita por drones pela Ascana (Associação dos Produtores de Cana do Médio Tietê).
Confira a entrevista completa: